sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Ética e Moral em Death Note

Primeiramente: Esse post foi elaborado por um blog de estudos humanistas (http://estudoshumanistas.blogspot.com)
É um texto um pouco grande, mais é realmente interessante então pare de ser preguiçoso(a) e leia




1. Interpretação
Justiça: tema central de “Death Note”, permeia o perfil psicológico de todos os personagens;
. Light Yagami: entre o "amoralismo" e a “purificação”, manipulação das pessoas em prol de um objetivo maior;
L: conservador, ele defende a lei e a punição dos assassinos, independentemente de suas motivações;
. Misa: subjetivismo ético, lida com pessoas próximas;
. Mikami Teru: maniqueísmo e radicalismo na defesa de suas convicções;
. Near: Acredita que existe uma justiça verdadeira que não pode ser comprometida por valores menores;
. Mello: Acredita que a liberdade para alcançar uma meta é absoluta.
Ética da convicção: os fins justificam os meios. (Maquiavel, Weber)
Relativismo moral: contextualização dos valores. (Mannheim, Ayn Rand)
Sociopatia: distúrbio psicológico que leva a comportamentos anti-sociais (desde misantropia até indiferença à vida alheia), estando presente em vários personagens;
Lógica e Retórica: Tanto Light quanto L (e, mais tarde, Near) revelam um incrível raciocínio dedutivo. O primeiro ainda se notabiliza por sua capacidade de convencimento. (Duelos intelectuais são constantes em nossa sociedade?)
Banalização da morte: os Shinigamis revelam a fragilidade humana perante ao óbito - ao invés de céu e inferno, o “nada”. (Os “deuses da morte” e o destino)
Culto de massas: em certo momento da série, o Kira torna-se tão popular que adquire aspectos quase messiânicos perante a população. Programas de TV sensacionalistas, mobilizações populares, delações anônimas.

Bem eu também não entendi algumas partes dessa interpretação, mas grande parte do texto esta fácil de se entender.

2. Revisão bibliográfica
Deuses da morte só comem maçãs.
Escrito por Will ( http://asteroideparticular.blogspot.com )
   Morbidez, ética, moral, intelectualismo e entretenimento.
Por que ignorei as tantas vezes que me recomendaram este anime?
   O fato é que, recentemente, comecei a assistir a Death Note. Eu não diria que estou viciado, porém estou fascinado e até um pouco apaixonado pelo conjunto todo que o anime apresenta.
Acabaram-se as lutas, os monstros gigantes, os cabelos e roupas que mudam de cor e tamanho: a batalha é intelectual e a vitória trará como recompensa a sobrevivência. Aparentemente pode parecer que o anime será monótono, porém é uma falsa impressão - até porque a maioria de nós assistiu Dragon Ball Z (e gostou de fazê-lo), embora sejam longuíssimos episódios preenchidos com meia dúzia de palavras e muitos minutos focados num só cenário inerte.(Alguns)

   Um dos pontos fortes de Death Note, senão o seu carro-chefe, é a quebra do maniqueísmo. Acabou-se o conceito de bom e mau, tendo um antagonista e uma protagonista que acreditam SER a Justiça. De um lado, um estudante de capacidades excepcionais que recebe um caderno que lhe dá a possibilidade de matar qualquer pessoa cujos nome e rosto sejam conhecidos, e que decide, com este caderno, acabar com todos aqueles que julgar maléficos ao mundo, criando um novo mundo: um mundo ideal, para o qual seria um deus. De outro lado, temos um investigador excêntrico e com não menos inteligência que vê nessa atitude apenas uma série de assassinatos, sejam eles contra inocentes ou não, o que vai contra a ordem pré-estabelecida e contra as leis, ao seu ver, trata-se, pois, de um jovem infantil que deseja julgar por si próprio o que é bom ou não para o mundo. Oras, é claro que há mais detalhes, mas repito que não gosto de transcrever coisas que são facilmente encontradas no Wikipedia ou qualquer outro site por aí.

   Portanto temos a questão moral e a ética. O estudante, Ligth, está com a razão ao ir contra a lei e exterminar todos aqueles que criminosos e/ou corruptos? Ou terá razão L, o investigador, ao ver por trás dessa máscara apenas um assassino em série não menos criminoso e muito mais perigoso? Ligth está sendo imoral, porém estará faltando com a ética? Talvez lhe faltem ambos, mas o que ele faz é correto ou não? A sua ambição em querer ser deus faz da sua "justiça" algo errado? Ela seria errada por si só? O que você faria se tivesse esse caderno em mãos? O anime não faz diretamente essas perguntas, porém insinua. Os dois principais são colegas de faculdade, estão trabalhando juntos, são parecidíssimos, porém são, simultaneamente, opostos.
Death Note mangá, capitulo. 19


   O trabalho psicológico, lógico, mítico e mesmo com o roteiro é fabuloso. Há sim algumas tiradas um tanto forçadas, embora se mostrem, depois, perdoáveis, justificáveis e até desejáveis. Assistir a Death Note é como ver na prática os diversos livros e textos acerca de ética e moral, dentre outros temas. Lembra até um pouco de Maquiavel, sobre "o fim justificam os meios". O enredo ocorre indiferente a isso, porém o expectador não consegue fazê-lo da mesma forma, o que, por sua vez, me recorda Machado de Assis, cujos contos dão a mesma sensação: ele não pára a narrativa para questionar a ética de seus personagens, se estão agindo corretamente ou não, embora o sugira com o avanço da história, porém o leitor acaba por se perguntar o que faria no lugar da personagem.

   Finalizo logo, antes que me prolongue demais, dizendo que este é um título que por ora assistirei, mas que depois lerei no formato mangá, com toda a certeza. Agradeço a todos que me sugeriram, e recomendo àqueles que ainda não o conhecem. Penso que mesmo os mais aficcionados por ação gostarão deste anime.

Ok! Ok! Texto grande né? bom acho que poucas pessoas pararam para analisar os verdadeiros conceitos desse mangá/anime, mas de certa forma todos pensamos igual ao Sr. Will que escreveu o texto que esta logo acima, e pra quem ainda não viu eu recomendo.

Obs: Para que não venha nenhum pseudo-otaku me dando lição de moral vou esclarecer, eu escrevi "Ligth", e é assim que se escreve, "Raito" é apenas a pronuncia. Escrever Raito é a mesma coisa que escrever taquiçi(Taxi), sequiçi (sexy) ou Eru/éle (L).

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